Você já ouviu falar na diabetes tipo 3? Nessa matéria você vai entender melhor sobre essa doença que transforma cérebros em caramelo!
Eu vou mostrar como se cuidar e fazer ela passar bem longe de você e da sua família.
O que é diabetes tipo 3?
A diabetes tipo 3 é um termo recente que pesquisadores no mundo todo estão usando para se referir a resistência a insulina no cérebro.
Isso mesmo! Eles descobriram que essa condição liga a diabetes e o Alzheimer.
Por esse motivo estamos todos tentando entender essa relação entre a diabetes, o cérebro e doenças cognitivas que são as que dificultam coisa como processar informações, raciocinar, se lembrar de eventos e situações.
A comunidade científica elaborou um novo termo: diabetes mellitus tipo 3. Dentro desse tema, fala-se da relação entre obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e distúrbios cognitivos.
Esse assunto é muito novo, sendo assim é importante dizer que ainda não é oficialmente reconhecido na comunidade médica. O que me preocupa são as novas pesquisas que trabalham para entender se a diabetes afeta o cérebro de forma seletiva.
Segundo o Doutor Victor Sorrentino, o açúcar gera um processo chamado glicação (processo que une uma molécula de glicose com uma de proteína) mais a inflamação e esse conjunto seria capaz de despertar o Alzheimer em pessoas pré-dispostas geneticamente.
Vou te dar um exemplo para entender melhor o que é o processo de glicação.
Seria o mesmo que colocar açúcar numa panela quente e deixar esse açúcar caramelizar, esse efeito provoca inflamações no nosso corpo.
Então são duas continhas que levam as graves doenças .
Hoje em dia, já sabemos que a genética é um fator muito importante a ser considerado no aparecimento das doenças, mas também que o nosso comportamento, o ambiente em que vivemos e nossos hábitos podem colaborar ou nos proteger do aparecimento delas.
Entenda melhor o Alzheimer
A doença de Alzheimer foi descrita em 1906 por um psiquiatra alemão com o sobrenome Alzheimer, que dá o nome da doença.
É infelizmente uma doença degenerativa e sem cura. Sua principal característica é a perda de memória e atenção. Mas também a perda de outras funções cognitivas como comunicação verbal e escrita e a orientação ficam comprometidas.
A ABRAZ – Associação Brasileira de Alzheimer, estima que no Brasil há cerca de 1,2 milhões de pessoas vivendo com a doença, mas muitas delas ainda sem o diagnóstico. Será que seriam casos de diabetes tipo 3
A associação fez também uma grande pesquisa na Finlândia que descobriu a diabetes como um dos fatores de risco para a doença.
Uma das coisas que protegem, seria a alimentação. Para isso eles propõem a dieta mediterrânea como solução.
O que acontece no cérebro de uma pessoa com Alzheimer?
O cérebro de um paciente com Alzheimer tem proteínas chamadas beta-amilóides acumuladas. E juntas formam placas.
Com o passar do tempo, pequenas estruturas vão se descolar dessas placas. Essas pequenas estruturas atacam e intoxicam os neurônios.
Por fim, eles perdem sua capacidade de sinapse, ou seja, sua capacidade de se comunicar e como sintoma principal, se desenvolve a tão temida perda de memória.
Pessoas idosas são alvo fácil do Alzheimer e os números só aumentam, principalmente pelo envelhecimento da população.
A reflexão para você fazer é: Será que estou envelhecendo bem? A qualidade do seu futuro vai depender da resposta para essa pergunta.
Relação da diabetes tipo 2 e Alzheimer
Eu tenho comentado que o número de pessoas com diabetes aumenta diariamente no mundo todo. Principalmente nos casos de diabetes tipo 2, que tem mais volume que os de diabetes tipo 1.
Sabemos que as doenças metabólicas e cardiovasculares, ou doenças como a obesidade têm relação com doenças dos vasos cerebrais, que podem ser responsáveis por
doenças cognitivas.
De acordo com o Professor Dr. Stevens Rehn, da UFRJ, pessoas que tem diabetes tem um risco maior para o desenvolvimento de doença de Alzheimer.
A insulina tem diversas funções no organismo, inclusive no cérebro, a quantidade dela está relacionada com a memória.
O perigo mora no fato de que o diabético tem resistência a insulina.
O que os pesquisadores concluem é que o Alzheimer faz com que o cérebro também fique resistente á insulina e assim, o órgão tem dificuldade de absorver a glicose.
Diferente do que a maioria pensa, é possível manter a glicose controlada mesmo sem medicações. Inclusive, existem vários diabéticos conseguem se livrar da glicose alta sem o uso delas como esse três aqui.
Diferenças entre diabetes tipo 1,2 e 3
Complicou? Então me deixe explicar.
O assunto é complexo mesmo, afinal é tudo novidade. Mas eu vou diferenciar para você os três tipos de diabetes.
Diabetes tipo 1
As células chamadas Ilhotas de Langerhans são responsáveis por produzir insulina no nosso pâncreas.
Se você é um paciente de diabetes tipo 1, o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.
Essa produção nunca é suficiente para compensar os níveis de glicose.
Isso acontece porque a diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune. Isso significa que ela faz com que o corpo destrua as células que ele deveria proteger.
Se o corpo não consegue produzir insulina suficiente, a glicose não consegue ser levada para dentro das células que é o lugar delas.
Portanto os diabéticos do tipo 1 precisam aplicar injeções de insulina diariamente, para que os níveis de açúcar fiquem normais.
Esse tipo de diabetes é menos frequente que a do tipo 2 e atinge os pacientes ainda durante a infância.
Diabetes tipo 2
O tipo dois é o mais comum e crescente de diabetes.
Diferente da diabetes do tipo 1 ela geralmente atinge pessoas adultas, principalmente por estar mais ligada a maus hábitos como má alimentação, sedentarismo e sobrepeso.
90% dos casos de diabetes hoje em dia, são do tipo 2.
Nesse tipo de diabetes o corpo produz as quantidades suficientes de insulina, porém ela não consegue trabalhar da forma como deveria porque o paciente se torna resistente à insulina.
Diabetes tipo 3
Eu comentei que no caso de diabetes do tipo 2 acontece uma resistência a insulina. Isso significa que o organismo começa a ter problemas para processar o açúcar.
Até então, essa resistência acontece no corpo inteiro. Porém na hipótese de diabetes tipo 3 essa resistência é toda direcionada para o cérebro que por sua vez, não consegue absorver açúcar suficiente para sua atividade.
Por isso ela é considerada uma possível doença neuroendócrina.
Essa resistência à insulina no cérebro dificulta a comunicação entre os neurônios, causando a grande maioria dos efeitos que o Alzheimer traria.
Inclusive, nesse momento, a ciência tem testado medicamentos para diabetes em pacientes com Alzheimer, devido a essa relação de sintomas. Porém a forma de tomar o medicamento muda, porque ele precisa chegar até o cérebro.
Só que muita calma nessa hora! Nada de sair por aí indicando remédio de diabetes para quem tem Alzheimer, até porque, prescrição de remédios é só com o médico!
A alimentação pode te ajudar, viva pela boca!
A nutrição é a chave para não ficar doente e se curar! Essa notícia já é velha.
Quando eu digo a chave, anote aí que, sua dieta tem que ter menor teor de ácidos graxos saturados e gorduras trans e maior consumo de gorduras mono e poliinsaturadas que estão associadas a menor incidência de doença de Alzheimer!
Traduzindo para o português claro, você precisa apagar da sua mente a ideia de que gorduras são ruins!
Pouca gente sabe, mas elas são fundamentais para nossa saúde e comendo com a qualidade e quantidade certas você só vai ter benefícios.
Inclusive, fizemos uma matéria falando sobre 10 alimentos que controlam a diabetes, está maravilho, vale a pena ler!
Dica número 1 – Coma gordura
Além de nos dar energia as gorduras também auxiliam na produção de hormônios, absorção das vitaminas A, D, E e K e no funcionamento do cérebro.
Mas de novo, muito calma nessa hora. Não é essa gordura que você deve estar pensando.
Boas fontes de gorduras são:
- Abacate
- Azeite de oliva
- Óleo de linhaça
- Castanhas: amêndoas, nozes, castanha-do-Brasil, castanha-de-caju, avelã
- Sementes: girassol, gergelim, linhaça
- Peixes rico em ômega 3 como a sardinha e o salmão
Dica número 2 – Turbine o cérebro!
Esses outros alimentos que vou mostrar, ajudam a turbinar a saúde cerebral!
- Vegetais verde escuros como brócolis, espinafre, couve e rúcula
- Chá verde
- Chocolate/Cacau – Quanto maior a concentração de cacau, melhor. O ideal é que seja a partir de 70% e se for diabético, converse com seu médico e/ou nutricionista para saber qual é a quantidade liberada para você, ok?
- Ovo – Preferencialmente cozido e preparado em panela antiaderente.
- Café – Eu amo e você? Mas tem que ser na medida indicada que é de no máximo de 200ml por dia! Sem exageros e se conseguir ficar sem adoçar melhor ainda!
Esses alimentos que eu citei acima, se incluídos numa dieta equilibrada com certeza farão toda a diferença na saúde cerebral e proteção da memória, além de prevenir doenças.
Dica número 3 – Conte com a proteína
Outro grupo de alimentos que não podem ficar de fora de uma dieta equilibrada estão as proteínas.
Nós temos fontes animais e vegetais de proteínas, sendo elas: carne vermelha, carne de frango, carne de porco, peixe, ovos, feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, quinoa, entre outros.
Opte sempre por proteínas de boa qualidade, sejam elas animais ou vegetais, fique atento com a forma de preparo.
No livro “Dieta do Futuro” o dr. Hiromi Shynia explica que dependo da temperatura com a qual você vai cozinhar um alimento, ele vai perder muitos ou todos os nutrientes.
Dica número 4 – Como consumir legumes e vegetais
Para os vegetais, não se esqueça de deixar de molho de um dia para o outro, desprezar a água em que foi deixado de molho.
Se você cozinha-los no vapor, eles vão ficar com todos os nutrientes.
Olha só esse vídeo do canal do Pablo Rozados, fácil, rápido, gostoso e saúdavel!
Dica número 5 – Conte com os grãos
A versatilidade dos grãos é incrível! Você pode consumi-los quentes, frios, em forma de patês, bolinhos…é só amor.
* Os carboidratos também não devem ser excluídos, mas sim consumidos de forma moderada, com consciência, responsabilidade e nas quantidades prescritas para você.
Mantenha a calma!
Notícias como essa sempre causam grandes alvoroços. Como médica eu gosto de aconselhar meus pacientes a respirar fundo. Não há motivo para pânico, seja você diabético ou não!
Lembre-se de que informação é sempre bem-vinda, porque isso significa que a ciência está evoluindo mais e mais na cura das doenças.
Só que para haver cura, precisamos entender como as coisas funcionam.
Eu sei que qualquer doença pode assustar e o Alzheimer com certeza é um super vilão.
Mas a prevenção e o cuidado vão ser sempre os melhores remédios!
Mantenha seus exames em dia, observe seu corpo e veja que informações ele está te trazendo. Se perceber algo diferente, qualquer alteração que seja, não hesite em procurar o serviço de saúde e marcar sua consulta.
Lembre-se de que você vive com diabetes, mas ela não precisa tomar conta da sua vida toda.
Dica da Nutri
Antes de mais nada, eu gostaria de compartilhar com vocês que eu já tive a oportunidade de atender pessoas com Alzheimer. Foi uma linda forma de aplicar meu carinho e conhecimento.
A verdade é que com o avanço da doença, a rotina não é nada fácil, nem para o doente e nem para os familiares e amigos, mas com cuidados adequados e paciência, tudo continua caminhando.
Fico esperançosa por ser testemunha das pesquisas que, em breve, vão apontar para a cura definitiva tanto para o Alzheimer como para a diabetes tipo 3.
A alimentação equilibrada é uma ferramenta muito poderosa na prevenção e tratamento de doenças, então use essa ferramenta o máximo que puder antes de se entregar para os remédios e seus efeitos colaterais.
Além disso, não se esqueça dos exercícios físicos, de suas consultas e exames periódicos, do lazer, tenha atividades que te relaxem e proporcionem prazer e alegria.
Viver com uma doença não é fácil, eu sei, mas ela não precisa se tornar o centro da vida e ser fonte de frustrações constante.
Mas tenha a serenidade e o entendimento de que, se você precisar fazer uma pausa para reorganizar a casa (corpo e mente), tudo bem também, às vezes parar é necessário, para depois recomeçar mais seguro do caminho.
E sobre o caminho…não se esqueça de apreciar a vista da vida, tão importante quanto aonde chegar, é o caminho.
Se cuide bem sempre!
O que mais eu posso escrever sobre diabetes? Que tal deixar sua pergunta aqui?
Sou a Tainá, nutricionista formada pelo CEUNSP e pós-graduada na área clínica.
Agora minhas buscas por conhecimento me trouxeram para a Austrália, onde continuo me dedicando a minha paixão por alimentação, saúde e tudo que permeia nossa relação com a comida. A escrita é um amor antigo que me acompanha desde sempre e poder unir as duas coisas é incrível.
Também bailarina clássica, amante de viagens, livros, comida, bom papo e café.
Vai ser um prazer dividir conhecimento com vocês!