5 razões por que você tem que parar de tomar analgésicos agora!

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Ai, ai, ui, ui! De repente apareceu uma dor! O que fazer?

Segundo as estatísticas, nesse momento, o brasileiro corre para se entupir de remédios, de analgésicos. Afinal, quem gosta de viver com dor?

Mas escrevi essa matéria para te fazer entender de uma vez por todas qual o sentido de sentirmos dor e porque você tem que parar de se automedicar agora!

Eu quero te mostrar de forma profunda, o que os analgésicos fazem no seu corpo e te mostrar 5 motivos para que você pare de usá-los.

Por fim, separei dentre minhas pesquisas formas para que o corpo a recupere o equilíbrio sem ser agredido.

Falando sobre a dor.

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Eu sei que ninguém gosta de sentir dor. Mas preciso te dizer que ela é um sinal de alerta do corpo avisando que algo não está certo.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 27 milhões de adultos no país sofrem de dores na coluna.

Outra pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), indica que 37% da população brasileira, cerca de 60 milhões de pessoas, relatam sentir dor crônica.

Esse é um número bastante assustador!

Na hora da dor, tomar um comprimido que tem efeito analgésico parece ser o melhor caminho, certo?

Errado! Você precisa entender por que seu corpo está sentindo dor, por que ela apareceu. Eu posso garantir que uma dor nunca aparece do nada. Há sempre uma causa, ela é sempre um alerta!

A dor aparece seja por topar com o dedinho no canto de um móvel ou por um mal jeito que provoca uma contratura muscular, ou pode estar relacionada a uma doença grave.

A dor é um sintoma. Quando toma analgésicos, você mascara o verdadeiro motivo da dor que na grande maioria das vezes, precisa de rápido cuidado.

Como a dor se manifesta

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A dor é uma resposta do sistema nervoso central avisando que há algo errado. Quando nosso sistema de defesa capita essa mensagem os pequenos soldadinhos da imunidade entram em ação para defender o corpo.

O mensageiro, são os nervos com seus receptores super sensíveis (como tomadinhas) espalhados por todo o corpo que têm a missão de avisar sobre todas as sensações, desde uma mudança de temperatura até uma lesão.

O sistema nervoso central é quem recebe a mensagem dos nervos através de impulso elétrico.

O nervo recebe a informação e transforma em impulso elétrico. Assim que o impulso elétrico chega a reposta é imediata, outro nervo devolve a informação que chega como sensação de dor.

Quando ocorre uma lesão ou machucado, as células do local liberam algumas substâncias, como por exemplo a prostaglandina. Os receptores dos nervos captam essa substância e transformam essa informação em impulso elétrico, enviando para a medula.

As vezes a medula dá uma resposta rápida, mas o impulso elétrico segue para o encéfalo na região que a sensação de dor é modulada e a resposta volta para o local onde ocorreu a lesão.

Um exemplo simples de quando todo esse esquema acontece no corpo é quando alguém espeta o dedo em um espinho.

Assim que isso acontece, as células liberam substâncias como a prostaglandina. Em seguida os receptores dos nervos receberam a informação, enviam para a medula espinhal que fica na coluna vertebral e rapidamente a pessoa tira o dedo do lugar onde o espinho está.

Nesse exemplo a medula manda tirar o dedo do espinho imediatamente. Essa é uma resposta rápida! A informação vai para o encéfalo e causa a dor, com isso os soldadinhos que são o sistema de defesa do corpo entram em ação para resolver o problema.

Enquanto a lesão nas células não for reparada a dor vai continuar.

O que acontece quando o analgésico entra em ação.

Quando se ingere o analgésico simples, ele passa pelo estômago e pelos intestinos caindo na corrente sanguínea.

Assim como os receptores dos nervos, ele também é atraído pela substância que a célula liberou ao se machucar, a prostaglandina, e não permite que ela avise o receptor do nervo que está com problemas.

Como a informação não sai do local, não haverá resposta para a dor. Esse é o mecanismo dos analgésicos não opioides como a dipirona, paracetamol, AAS (ácido acetilsalicílico) e o ibuprofeno.

Tipos de analgésicos

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Os analgésicos podem ser divididos em duas classes os opiódes (que derivam do ópio, extraído da planta conhecida como papoula) e os não opióides.

Os analgésicos não opiódes são os que a gente encontra facilmente sem receituário médico. As pessoas utilizam sem discriminação, no desespero para aliviar a dor.

As analgésicos opióides

Os analgésicos a base de ópio, substância retirada da planta conhecida como papoula, têm origem muito antiga, na história há relatos do seu uso na pré-história.

O professor de anestesia Dr. Danilo F. Duarte, em um artigo com o título “Uma breve história do ópio e dos Opioides, descreve que foram descobertas sementes de papoula em uma vila na Suíça, local onde havia uma vila na era neolítica, que compreende 10.000 aC a 4.000 aC.

Há muitos relatos do uso da planta papoula durante todo o decorrer da história da humanidade. Só no século II dC foi que Galeno, que na época era a expressão máxima da medicina, percebeu os riscos do uso exagerado da substância que extraiam da papoula, o ópio.

imperador Antonino viciado em opióides
Imperador Antonino

Galeno era médico do imperador Antonino que por uso exagerado do ópio se tornou viciado na droga. Na medicina Islâmica o ópio é considerado o mais poderoso dos analgésicos, era usado também para tratar diarreias e doenças nos olhos.

O ópio foi utilizado por muitos anos sem levar em consideração os efeitos negativos que causava nos pacientes.

No século XIX pesquisando os componentes que existem no ópio, um médico alemão Friedrich Sertüner descobriu uma substância orgânica que recebeu o nome de morfhiun, em homenagem ao Deus grego do sono, conhecida como morfina.

Anos depois o próprio médico que descobriu a morfina, o Dr Friedrich, alertou dos efeitos terríveis que o uso indiscriminado poderia causar e temia por uma calamidade.

Muitas pesquisas foram realizadas e outras substâncias da planta papoula foram identificadas. Os farmacêuticos chamam de grupo de substância acalóides. E o ópio é constituído de 25 tipos de acalóides.

Os acalóides têm a função de proteger as plantas dos insetos e de animais predadores por seu sabor amargo.

Dos 25 acaloides que existem, 5 foram separados em dois grupos por razões químicas e farmacológicas, o grupo mais importante são os derivados do fenantrone que exercem funções no sistema nervoso central, são eles: A morfina, a codeína e a tebaína.

Por que estou te contando tudo isso? Porque você precisa saber identificar o princípio ativo do analgésico antes de usá-lo, assim vai ter consciência do que está colocando no seu corpo e poderá fazer uma escolha consciente.

Qual a ação do analgésico a base de ópio

Os analgésicos a base de ópio, os opióides são: a morfina que é usada para dores crônicas e mais fortes; a codeína e o dextrometorfono cloridrato de tramadol que são usados contra dores moderadas.

Os receptores que interagem com esses analgésicos a base de opióides estão localizados no Sistema Nervoso Central, em várias regiões, diferente dos analgésicos não opiódes que descrevi acima.

Quando usar analgésicos?

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Para começo de conversa, você sempre precisa consultar um médico para começar a tomar um analgésico. Eu quando eu digo sempre eu quero mesmo dizer sempre!

Porque se sua dor é por motivo passageiro, até que você se consulte com o médico ela com certeza já vai ter se estabilizado.

Mas quando a dor se torna crônica ou está relacionada a uma doença grave como

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o câncer por exemplo, ela começa a afetar não apenas as atividades diárias, com a saúde psicológica do ser humano.

Nesse momento, o benefício para a qualidade de vida da pessoa é maior do que os efeitos nocivos da droga no seu corpo.

O detalhe é que sempre que um médico receita um analgésico, ele buscar por curtos períodos, pois a causa da dor precisa ser tratada.

A questão é que cada vez mais pessoas usam analgésicos para dores que poderiam ser resolvidas com outros medicamentos mais naturais e isentos de efeitos nocivos para o corpo.

Estamos vivendo em uma geração de farmacodependentes. Pessoas que não conseguem viver a vida sem tomar remédios.

Por causa da facilidade com que se compra analgésicos, a automedicação tornou-se um grande problema. Afinal para comprar um é só chegar na farmácia e escolher qual levar.

Ninguém vai exigir que você conheça o princípio ativo do remédio que está levando para casa.

No site do ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade) em uma pesquisa realizada em 2014, há dados de que no Brasil, 79% das pessoas entrevistadas com mais de 16 anos admitem tomar medicamentos para dores de cabeça, resfriados e dores musculares sem prescrição médica ou farmacêutica.

Outra pesquisa no site da Associação Paulista para o desenvolvimento da medicina (SPDM), relata que a incidência de automedicação é praticada por 76,4 dos brasileiros, segundo dados do Datafolha, a pesquisa foi realizada também em 2014.

A mesma pesquisa relata que homens e mulheres se automedicam na mesma proporção, sendo um público de 25 a 40 anos que mais consomem medicamentos por conta própria.

Os maiores riscos da automedicação e o uso indiscriminado de medicamento é a intoxicação. Sem falar que pode mascarar doenças graves. Os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam.

5 razões para parar de tomar analgésicos

Agora que você tem um panorama completo de como os analgésicos agem de forma nociva no seu organismo, eu vou dar para você mais 5 razões bem claras para você parar de tomar analgésicos agora!

Razão 1 – Causa anemia

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Em uma matéria de 2001 para o jornal A Folha de São Paulo, escrita pela jornalista Lisandra Paraguassu, publicou que a dipirona também conhecida como metamizol, é presente em várias marcas de analgésicos e está proibida em 33 países. No Brasil a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estuda restringir a venda dessa substância por ser suspeita de causar doenças como a anemia hemolítica (diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue) e a Agromelocitose (redução dos glóbulos brancos) doenças que dificultam a reação do corpo a infecções.

A Alemanha, pais que descobriu a dipirona, em 1985 decidiu restringir o analgésico por registrar 100 casos da doença. Como já disse, aqui no Brasil a dipirona e outros analgésicos que contém a substância são vendidos livremente nas farmácias.

Razão 2 – Destrói o sistema gástrico

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O Dr. Sady Ribeiro[5] especialista em dor pela American Pain Board of medicina no Texas, Estados Unidos, em seu artigo relata que os analgésicos não opioides têm sua ação analgésica para dores leves e médias, mas adverte para os efeitos indesejáveis como, os distúrbios gastrointestinais, problemas renais e distúrbios no sangue como a diminuição de plaquetas.

Razão 3 – Causam dependência

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Nos anos de 1700 alguns médicos lançaram os primeiros livros falando sobre o ópio, relatando sobre a dependência que causava e os efeitos colaterais principalmente quando a pessoa tentava parar de usá-lo.

Razão 4 – Causam crise de abstinência

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Em estudo os pesquisadores alertam para um opioide sintético chamado de metadona. Ele é geralmente usado para dores crônicas não relacionadas ao câncer, que podem ajudar para os efeitos da interrupção dos opiódes, e pela dependência causam a conhecida como a síndrome de abstinência.

O metadona tem boa resposta com a dor, mas apesar de os efeitos colaterais serem menores também apresentam esses efeitos indesejáveis.

Razão 4 – Porque são feitos de material sintético

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Uma importante informação é a de que atualmente a morfina, os analgésicos simples e os remédios são produzidos a partir de substâncias sintéticas (produzidas em laboratórios e não tem na natureza), pois tudo que há na natureza não pode ser aplicado a lei da patente.

A lei da patente garante o direito de o laboratório produzir um medicamento que descobriu e desenvolveu por 20 anos, desde que o princípio ativo não exista na natureza. Somente ele pode produzir e comercializar. Com isso o lucro é certo!

Razão 5 – Inúmeros efeitos colaterais

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O Dr. Sady, que já citei acima, relata em seu artigo que, além do Sistema Nervoso central os analgésicos a base de opiódes podem agir no sistema nervoso periférico (os nervos). Mas reconhece que os efeitos indesejáveis são muitos, como náusea, sedação (sonolência), depressão respiratória (dificuldade em respirar), disfunção cognitiva (esquecimento até das atividades diárias), entre outros, como a dependência física.

Analgésicos naturais para aliviar dores

E o que é que eu uso para tirar a dor? Como é que eu me livro desse problema?

A natureza, meu querido, é a resposta. Nela você encontra as mais diversas opções de cura e alívio, sem efeitos colaterais.

Uma pesquisa realizada pelos alunos de pós graduação de Blumenaus afirma que vários estudos mostram que o uso da medicina Alternativa está em crescimento.

Na França por exemplo, há um percentual de uso de 75%, no Canadá 70% e nos EUA 42,2% pessoas buscando por tratamentos alternativos. Esse aumento está relacionado com a percepção das limitações da medicina convencional e o aumento das doenças crônicas.

E isso é, em muitos sentidos, maravilhoso!

A medicina homeopata bem como a medicina alternativa e a aromoterapia, buscam conhecimento para a indicar ervas e óleos extraídos de plantas para aliviar e tratar dores sem causar os efeitos prejudiciais ao corpo.

Lavanda

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A Lavanda além de ter um perfume maravilhoso, é um poderoso analgésico e anti-inflamatório natural. Uma opção fascinante de tratamento alternativo para a dor.

 A química Barbara Alves realizou uma pesquisa em seu trabalho de conclusão de curso pela Universidade Federal de São João del Rei e relatou que os efeitos anti-inflamatórios e analgésicos da lavanda estão relacionados principalmente a dois componentes da sua composição, o linolol e o acetato de linalila.

E seus efeitos não param por aí. Ela tem ação antidepressiva e ansiolítica (diminui a ansiedade), entre outras.

Limão

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Outro óleo essencial vem de um fruto muito pesquisado e que é rico em vitaminas, minerais e ainda é anti-inflamatório, esse fruto é o limão.

No livro” O poder de curar do limão”, a autora Conceição Trucom escreve que as vitaminas que se encontram no limão, principalmente na sua casca, são elas: Acido cítrico, Vitamina A, vitamina B1 (tiamina), vitaminaB2 (riboflavina), vitamina B3 (niacina), vitamina C (ácido ascórbico), potássio, Cálcio, fósforo, sódio, ferro.

A nutricionista Juliana dos Santos Paz, em entrevista para o Jornal Hoje com a repórter Fabiana Almeida, afirmou que a casca do limão é rica em uma sustância chamada de limoneno que é um composto químico anti-inflamatório, desintoxicante e antioxidante.

E o mais importante é que essas plantinhas são encontradas com facilidade na natureza.

Algumas marcas de óleos essenciais já foram liberadas pela ANVISA para serem ingeridas, mas tome cuidado porque infelizmente no mercado existem muitos óleos essenciais que não são produzidos a partir das plantas medicinais.

Portanto é bom consultar um profissional de aromoterapia, para ter certeza do que está ingerindo.

Minhas principal sugestão para o alívio das dores musculares são as pomadas feitas a base dessas plantas que citei. Elas agem no local da dor e mesmo que caiam na corrente sanguínea não irão apresentar efeitos colaterais.

Dica da Fisio

Todos nós sabemos dos efeitos colaterais que os medicamentos provocam no nosso corpo, por isso sou adepta das práticas de medicina natural.

Sei que viver com dor é muito difícil e limitante. Mas como já disse, existem casos nos quais o uso dos analgésicos são a única saída para o alívio da dor crônica ou do câncer.

O que percebo é que quando uma pessoa está com uma dor, pode ser por uma contratura muscular, ela ingere um analgésico ou muitas vezes o próprio médico receita um analgésico a base de opióides e isso eu não consigo entender.

Na minha prática como fisioterapeuta, percebo em alguns pacientes, o uso indiscriminado de analgésicos e mostro para eles através de muita conversa o quanto estão se prejudicando.

Praticar a medicina natural é voltar a olhar para a natureza da qual fazemos parte e é nela que encontraremos o alívio para muitas dores.

E você? O que anda fazendo para aliviar suas dores?

Paulo-Santos
Dra. Iracema Barbosa

Muito prazer sou a dra. Iracema, fisioterapeuta especializada em gerontologia.
Acredito que o futuro é construído no presente e o nosso futuro vai chegar através do conhecimento aplicado para melhorar a qualidade de vida.
Amo cuidar das pessoas mas meu sonho é ir além do cuidado e te ensinar como se prevenir para viver uma vida saudável e feliz!